domingo, 25 de novembro de 2012

Opinião – O Físico Prodigioso

Jorge de Sena


Titulo: O Físico Prodigioso
Autor: Jorge de Sena

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 1964

Editora: Público
Ano: 2011
Tradutor: n/a
Páginas: 141
ISBN: 9789896821678

Sinopse: «Símbolo da liberdade e do amor», nas palavras do seu autor, O Físico Prodigioso é uma obra de 1964 aqui apresentada segundo a reedição de 1977. Novela fabulosa, bebe na tradição do conto fantástico português, mais concretamente no Orto do Esposo, selecta anónima do século XV, inspirando-se em dois episódios narrativos dela constantes, amplificando-os e enriquecendo-os. Nesta obra, mais uma vez Jorge de Sena se nos revela como escritor plural, criando um ambiente medieval, religioso e mítico, evocando cantigas de amigo e sublimando um texto marcado pelo erotismo, breve marca do humano, punida pela moralidade vigente.

Opinião: Adquiri este livro numa colecção lançada pelo jornal Público em 2011, por sinal a preços bastante elevados para a qualidade das edições, mas com algumas obras bastante interessantes. Nunca tinha lido Jorge de Sena e na altura este título chamou-me a atenção pelo que o incluí nas obras a adquirir.

Nesta pequena novela que começou por ter o formato de conto na sua primeira edição o autor baseia-se em 2 episódios de uma obra literária de carácter religioso, escrita por um monge anónimo entre os finais do século XIV e inícios do século XV, intitulada Orto do Esposo. São esses dois episódios, o do homem com poderes mágicos de cura com o seu sangue e de ressurreição dos mortos, e o do homem que não pôde ser enforcado porque o Diabo o protegia levantando-o no ar. Misturando e complementando os dois episódios numa só história o autor escreve o que se denominou de conto fantástico português, e o que uma quase leiga como eu chamaria de um conto de fadas para adultos, passado na Idade Média com algum erotismo à mistura.

Tenho acima de tudo de reconhecer a esta obra, a magnifica qualidade da escrita do autor, e um certo experimentalismo muito inovador, ainda mais se tivermos em conta a época em que foi escrito e publicado. O autor intercala por diversas vezes a narrativa com poemas da sua autoria em jeito de cantigas de amigo, e noutras alturas a narrativa dispõe de duas versões para a mesma situação, a “moral” e a “imoral” classifiquemos assim.

Apesar de tudo isto, a história não me entusiasmou particularmente, achei que lhe falta alguma emoção, ou um pouco de mistério, pelo que não posso considera-lo uma obra-prima mas gostei o bastante desta leitura para o recomendar a todos que como eu queiram conhecer a obra deste autor.



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