quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Opinião – A Cor do Coração de Barbara Mutch

Titulo: A Cor do Coração
Autor:  Barbara Mutch

Titulo Original: The Housemaid’s Daughter
Ano de Publicação Original: 2010

Editora: Editorial Presença
Ano: 2014
Tradução: Maria João Freire de Andrade
Páginas: 383
ISBN: 9789722353021

Para mais informações sobre o livro A Cor do Coração, clique aqui

Sinopse: Este romance de estreia de Barbara Mutch tem vindo a conquistar os meios literários internacionais, pela peculiar delicadeza e a sensibilidade que a sua escrita revela.

A história inicia-se nas terras do Karoo, na África do Sul, onde uma jovem irlandesa chega para desposar o noivo que não vê há cinco anos e aí constituir família. O livro revela-nos as pouco ortodoxas ligações que se vão tecendo entre os diferentes personagens. Com o rebentar da Segunda Guerra Mundial tudo muda dolorosamente naquela casa, até que uma guerra se instala no próprio país — o apartheid—, dilacerando ainda mais as já fragilizadas relações. A Cor do Coração é, acima de tudo, um romance inteligente e desafiador, que retrata o drama e o sofrimento de duas mulheres capazes de se elevarem acima da crueldade e do preconceito em nome dos valores mais genuinamente humanos.

Opinião: Como por certo já devem ter notado, ando mais lenta que um caracol nas minhas leituras. Não sei nem explicar-vos o motivo, não tenho lido maus livros, e se é certo que tenho tido alguns contratempos, e dedicado o meu empenho a mais projetos do que deveria, a verdade é que isso em mim não é novidade, falta de tempo para tudo o que gostava de fazer sempre tive. No entanto, mesmo não sendo uma leitora de maratonas, tempo para ler sempre arranjei... pelo menos até 2014 que se está  a revelar um ano recordista em leituras, mas pela negativa.

Passando a este livro em concreto, foi mais um para o qual parti sem expectativas, a sinopse agradou-me, mas sendo um romance de estreia, e sobre o qual não tinha lido opiniões, não sabia de todo o que esperar.  Revelou-se uma leitura agradável, genuína e sensibilizante.

Quem segue as opiniões que tenho deixado por aqui, sabe que aprecio romances que misturam ficção com factos históricos, principalmente quando são factos sobre os quais ainda não li grande coisa. No caso deste A Cor do Coração, obviamente que conhecia o apartheid, quanto mais não seja por ter sido um regime que terminou há relativamente pouco tempo, ou por ter voltado a ser noticia recentemente com a morte de Nelson Mandela. No entanto em termos literários pouco ou nada tinha lido sobre este regime. O racismo é um tema que me sensibiliza quando bem tratado, no entanto até agora o que tinha lido passava-se maioritariamente nos EUA ou no Brasil. Este foi um dos motivos a marcar pontos na minha opinião sobre o livro.

Evidentemente que este facto por si só de nada valeria se a escritora e/ou a história fossem péssimas, mas não é o caso. Nota-se que Barbara Mutch não é ainda uma escritora experiente, e A Cor do Coração não virá por a certo a ser um clássico da literatura, no entanto a sua escrita é simples mas cuidada, os personagens estão razoavelmente bem estruturados, a narrativa é feita de uma forma original (alternando a voz de Ada e o diário de Cathleen), o tema é abordado de uma forma ligeira é certo, mas sem lamechices. Tudo isto reunido fez de A Cor do Coração uma leitura agradável.

Gostei da história de vida destas duas mulheres, como cada uma delas conseguiu marcar a diferença, sem deixarem no entanto de serem pessoas comuns, sem estatuto de heroínas.

Em resumo é uma leitura agradável que recomendo principalmente a quem pretenda ter uma visão geral do apartheid, narrada pela voz de uma mulher comum mas determinada, ingénua mas de rápida aprendizagem.






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